Pacientes acusam médico de abuso sexual durante consultas em bairro nobre de SP, diz TV
Médico é acusado de abuso sexual em bairro nobre de SP
21 de setembro de 2020
Mulheres acusam um médico nutrólogo de abuso sexual dentro do próprio consultório nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Ele já foi condenado em segunda instância por violação sexual mediante fraude pelo Tribunal de Justiça de Sao Paulo, ainda assim segue atendendo com autorização do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). O médico nega os abusos. As informações são da Globonews.
Ao menos cinco pessoas relatam ter sido abusadas dentro do consultório de Abib Malduan Neto. Segundo as vítimas, o médico realizava o abuso durante a realização de exames físicos. Elas relatam também ter chegado ao médico pela sua boa reputação, atendendo inclusive celebridades.
As pacientes não se conhecem, entretanto, os relatos coincidem. As vítimas dizem ter tido certeza de que foram abusadas após conversas com outros médicos.
“Ele me fez deitar na maca, tirar a roupa. Ele começou um procedimento de auscultar meu coração e, já logo naquele dia, eu senti que ele botou a mão um pouco mais estranho quando ele foi auscultar meu coração, botou a mão no meu peito. Até o momento que ele pediu que eu tirasse a calcinha. E, na hora, me passou milhões de coisas na cabeça, mas não fui capaz nem de perguntar por que, nem de falar não”, conta uma paciente que preferiu não se identificar à emissora.
Segundo a Globonews, as pacientes tinham entre 17 e 31 anos na época dos abusos e estavam sozinhas durante as consultas. O primeiro relato é de 2012.
“Ele falou: ‘eu vou verificar como está, como estão as coisas’. E enfiou dois dedos na minha vagina e começou a estimular…meu clitóris. E dai eu já tava me sentindo muito mal…Eu virei pro lado, comecei a chorar sem que ele percebesse. Só desejava que aquilo acabasse o mais rápido possível”, conta outra vítima de abuso.
Mesmo condenado, segue atuando
Apesar de sua condenação em segunda instância, Abib Malduan Neto cumpre pena em rege semiaberto por ser réu primária devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite que o condenado recorra em liberdade até a última instância judicial.
Em nota, o médico diz estar com a consciência tranquila e diz jamais ter praticado qualquer ato ilegal.
“Mantenho a consciência tranquila, pois em décadas arduamente dedicadas à medicina jamais pratiquei qualquer ato imoral ou ilegal contra qualquer paciente ou cidadão. Sempre atuei de forma ética, integra e profissional zelando pela dignidade da honrosa profissão a qual dedico a minha vida, por esta razão sempre colaborei com o processo, comparecendo em todos os atos e me colocando à disposição da justiça a fim de que a verdade real dos fatos seja devidamente comprovada”.
Os crimes ocorridos em 2012 e 2013 já prescreveram. Outras duas vítimas ainda não decidiram se vão acionar a Justiça. Segundo a emissora, os casos foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) pedindo que a licença dele como médico seja cassada.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirmou que a licença do médico não foi cassada pois ele pode responder a mais de um processo ético-profissional sobre o mesmo assunto. O órgão ainda disse que enquanto o trâmite judicial não terminar, o registro profissional continua ativo.
À Globonews, o representante da Associação Brasileira de Nutrologia garantiu que um especialista desta área não pode fazer exame em partes íntimas.