PM prende nutrólogo acusado de abusar de pacientes
Acusado de abuso sexual por pelo menos 20 mulheres, o nutrólogo Abib Maldaun Neto foi preso nesta segunda-feira, 14, na Zona Sul de São Paulo. Com prisão preventiva decretada desde o dia 2 de dezembro, o ex-médico foi detido por policiais militares depois de um radar identificar a placa do carro. Antes de ter a prisão decretada, Maldaun Neto foi condenado em segunda instância pelo crime de violação sexual mediante fraude cometido em 2014. Depois disso, outras vítimas procuraram a Justiça, relatando terem sido abusadas no consultório do ex-médico, na capital paulista. A promotora Maria Fernanda Marques Maia, que acompanha a investigação, afirma que, das mais de 20 mulheres que procuraram o Ministério Público para fazer a denúncia, nem todas seguiram com o processo. “Eu cheguei a ouvir vítimas que não quiseram formalizar, elas não chegaram a constar nessa denúncia, não consta o nome, nem como testemunha porque elas tinham muito medo dele. Por tudo que eu ouvi eu tenho certeza da existência de mais vítimas, além dessa que já procurou e não consta nessa denúncia em razão do medo que elas demonstram.”
De acordo com as vítimas, os abusos foram cometidos entre 1997 e 2020; uma das mulheres relata ter sido violentada mais de dez vezes. Ao determinar a prisão, a Justiça destacou a gravidade do fato do nutrólogo já ter sido condenado pelo mesmo crime e, durante a tramitação do caso, continuar os atos com outras pacientes. O advogado Fernando Castelo Branco, que defendeu a primeira mulher a denunciar o crime e agora também representa as outras vítimas, acredita que a prisão de Maldaun Neto deve acelerar novas condenações. “Tecnicamente falando, um processo em que há réu preso é um processo que deve correr mais rápido pela condição efetivamente de réu preso ainda há formação de culpa, essa cula só será confirmada a decisão da sentença”, diz. Apesar das informações da polícia, a defesa de Maldaun Neto emitiu uma nota dizendo que o nutrólogo se entregou espontaneamente para as autoridades; no comunicado, ele também reafirma sua inocência. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo cassou, em outubro, o registro profissional do ex-médico, em decisão unânime; a cassação, no entanto, ainda precisa ser submetida a uma segunda confirmação pelo Cremesp.